Acidentes de trabalho com exposição a material contaminado hiv

PROCEDIMENTOS FRENTE A ACIDENTES DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO À MATERIAL POTENCIALMENTE CONTAMINADO COM O VÍRUS DA AIDS (HIV)* * Extraído do Boletim Epidemiológico AIDS - Ministério da Saúde - ano IX No. 03 Semana Epidemiológica 23 a 35 -Jul a Ago 1996. (Modificado pela Portaria MS 874, de 3 de Julho de 1997) A prevenção de acidentes de trabalho com objetos perfuro-cortantes potencialmente contaminados com o vírus da AIDS (HIV) é a medida que pode, mais significativamente, diminuir a contaminação ocupacional pelo vírus. Esses acidentes são freqüente e sua ocorrência, na maior parte dos casos, está diretamente ligada a não observância das normas de biosegurança. Este texto aponta as medidas a serem tomadas nessas situações. O risco médio de se adquirir o HIV por todos os tipos de exposição percutânea é de 0,3%. Este risco aumenta se os seguintes fatores estiverem presentes: 1 - ferimento profundo; 2 - sangue visível no material causador do ferimento; 3 - material previamente colocado em veia ou artéria de paciente (por exemplo agulhas de intracat); e 4 - paciente-fonte que tenha falecido dentro de 60 dias após o acidente (sugerindo alta carga viral, que em geral está presente na fase avançada da doença). O risco médio de infecção, após exposição de membrana mucosa e pele íntegras é de 0,1% e de menos de 0,1% respectivamente. Estudos recentes têm demonstrado uma redução na já pequena infecciosidade associada a estes tipos de exposição ocupacional. Os fatores de maior risco estão relacionados à carga viral e são similares aos da exposição percutânea, sendo o risco aumentado se a área e o tempo de exposição forem grandes e se a pele tiver sua integridade visivelmente comprometida (por exemplo, eczemas, dermatites). O uso profilático do AZT (Zidovidina-ZDV) resultou em uma redução de 79% do risco de soroconversão após acidentes, em um estudo de caso-controle com profissionais de saúde. A combinação de drogas deve ter um efeito mais pronunciado, porém esses esquemas profiláticos têm que levar em conta a toxicidade e os efeitos colaterais durante e após o seu uso. Baseado nestas observações o Center for Diseases Control, do governo norte americano, tem recomendado o seguinte algoritmo. 1) A quimioprofilaxia deve ser recomendada a trabalhadores expostos a eventos de alto risco de contaminação (veja tabela a seguir). Para exposições de menor risco, a profilaxia deve ser oferecida, com avaliação dos eventuais benefícios frente aos riscos associados. Para exposição com risco residual ou desprezível, a quimioprofilaxia não é justificável. Os trabalhadores devem ser informados de que: (i) o conhecimento sobre esta profilaxia é limitado; (ii) a informação sobre toxidade de outras drogas que não o AZT é preliminar e limitada e; (iii) podem recusar uma ou mais drogas oferecidas. 2) O AZT deve ser incluído em qualquer esquema de profilaxia, pois é a única droga em relação à qual se dispõe de dados que mostram eficácia da ação profilática nessas situações. O 3TC deve ser incluído no esquema profilático nos casos de acidentes com materiais nos quais se suspeita de contaminação com vírus resistente ao AZT (o que pode ocorrer, em especial, em contaminação a partir de pacientes em uso desta droga). Um inibidor de protease (em especial o Indinavir ) pode ser associado em acidentes com alto risco de contaminação e também em acidentes de menor proporção, quando há evidência de resistência as outras drogas. O risco de toxidade, porém, deve ser cuidadosamente avaliado. 3) A profilaxia deve ser iniciada imediatamente, dentro de, no máximo, 2 horas após a exposição. Estudos realizados em animais sugerem que, após 24 a 36 horas, esta profilaxia não é eficiente, porém, em especial em casos de maior risco, ela deve ser iniciada mesmo transcorrido este tempo, uma vez que, mesmo que a infeção não seja prevenida, o tratamento precoce da infeção aguda é benéfico. O tempo ideal de profilaxia não está definido, recomendando-se uma duração de 4 semanas. O esquema deve ser mantido sempre que tolerado. As Instituições de saúde, especialmente as unidades e serviços com maior risco de acidentes (unidades de terapia intensiva, unidades de pronto-socorro, laboratórios, salas de coleta de sangue e serviços de limpeza), devem ter padronizados, publicados e difundidos os procedimentos recomendados em caso de acidentes da natureza dos aqui descritos. Em nosso meio, a responsabilidade pela normalização e gerência de programas de controle de acidentes e de manejo de acidentados, nos estabelecimentos de saúde, tem sido atribuída às CIPA - comissões internas de prevenção de acidentes, e aos SCIH - serviço de controle de infecções hospitalares. Os telefones desses serviços devem ser de conhecimento e fácil acesso para todas as unidade. 4) Trabalhadores com exposição ocupacional devem receber atenção médica, aconselhamento, inclusive para prevenir transmissão secundária, apoio psicológico e avaliação sorológica no momento do acidente, na 6a semana, na 12a e após 6 meses. Sempre que a profilaxia for aplicada, deve ser monitorada clínica e laboratorialmente (hemograma completo, dosagem sangüínea de uréia, creatinina, enzimas hepáticas e pancreáticas). Se algum grau de toxidade for observado, deve ser avaliada a convini6encia de redução ou substituição das drogas. Todo indivíduo infectado deve ter atenção médica apropriada. Atualizações destas informações, assim como alterações eventuais em decorr6encias da evolução do conhecimento nessa área, estarão disponíveis, a partir de 1997, no endereço eletrônico http://www.cdc.gov.hivpep. Consulte também a página de Internet do programa: www.aids.ms.gov.br Recomendação para quimioprofilaxia na exposição ocupacional ao HIV de acordo com o tipo de exposição e material fonte ( Ministério da Saúde - Portaria 874, de 3 de Julho de 1997) 1. Em situaçòes em que a "condição" sorológica do paciente-fonte não for conhecida, deve-se: 1.1 iniciar esquema anti-retroviral, de acordo com a gradação do risco do acidente; 1.2 solicitar sorologia para HIV do paciente-fonte e, caso este seja negativo, suspender a quimioprofilaxia. 2. Deve-se solicitar a sorologia para HIV, imediatamente após o acidente, para todo indivíduo que sofra exposição ocupacional ao HIV. Caso o resultado do teste seja positivo, encaminhar para acompanhamento específico. Notas 2.Recomendar - A profilaxia pós exposição (PPE) deve ser recomendada ao profissional exposto com aconselhamento (ver texto). Oferecer - A profilaxia pós exposição deve ser oferecida ao profissional exposto com aconselhamento (ver texto) Não oferecer - a profilaxia pós exposição não deve ser oferecida, pois não houve exposição ocupacional ao HIV. 2. Zidovudina (AZT), 200 mg três vezes ao dia;; Lamiduvina (3TC), 150 mg duas vezes ao dia; Indinavir(IDV), 800 mg três vezes ao dia; A profilaxia deve ser administrada por quatro semanas. A opção pelo Indinavir deve-se à sua melhor tolerância. Na falta ou impossibilidade de seu uso, deve-se preferir o ritonavir (600 mg duas vezes ao dia, por 4 semansa) ao saquinavir, devido à baixa biodisponibilidade deste último. Para informação completa sobre prescrição, consultar a bula dos produtos. A possível toxidade da droga adicional pode não justificar seu emprego (ver texto). 3. presença de ambos: maior volume de sangue, e sangue contendo alto teor de HIV (por exemplo, doença retroviral aguda ou AIDS terminal); 2. aqueles com qualquer exposição a HIV em forma concentrada como, por exemplo, em um laboratório de pesquisa ou serviço de produção. Acidentes com risco aumentado 3. presença de um dos dois: maior volume de sangue ou sangue contendo alto teor de HIV. Acidentes sem risco aumentado 4. Inclui sêmen, secreção vaginal, liquor, líquido sinovial, pleural, peritoneal, IP - Inibidores de proteases, com opção pelo Indinavir-IDV devido ao fato de ser melhor tolerado. Na impossibilidade do seu uso recomenda-se o ritonavir. 6. Para pele, o risco é maior para exposição que envolva uma alta carga de HIV, contato prolongado, área extensa, ou uma área na qual a integridade da pele está visivelmente comprometida; para exposição de pele sem maior risco, o risco de toxicidade ultrapassa o benefício da profilaxia pós exposição. 1. CDC. Public Health Service statment on management of occupational exposure to human postexposure. MMWR 1990:39 (no. RR-1). 2. CDC. Case control study of HIV seroconversion in health-care workers after percutaneous exposure to HIV-infected blood. France, United Kingdom and United States. January 1988-August 1994, MMWR 1995:44;929-33. 3. TOKARS JI, Marcus R, Culver DH, et al. Surveillance of HIV infection and zidovudine use among health care workers after occupation exposure to HIV-infected blood. Ann Intern Med 1993, 118:913-9. 4. CONNOR EM, Sperlin RS, Gelber R, at al. Reduction of maternal-infant transmission of human immunodeficiency virus type l with ziduvudine treatment. N Engl J Med 1994, 331:1173-80. 5. HENDERSON, DK, HIV transmission in the health care environment, in Textbook of AIDS Medicine. Broder S, Merigan, TC and Bolognesi, D editores Williams and Wilkins, 1994, 831-9 6. NIU MT, Stein DS, Shnittmann SM. Primary human immunodeficiency virus type l infection: review of pathogenesis and early treatment interventions in human and animal retrovirus infections. J Infect Dis 1993, 168:1490-501. 7. GEBERDING JL, Management of occupational exposure to blood-borne viruses. N Engl J Med 1995, 332:444-51. 8. KINLOCH-de Loes S, Hirschel BJ, Hoen B, et al. A controlled trial of zidovudine in primary human immunodeficiency virus infection. N Engl J Med 1995, 333:408-13. 9. Update: Provisional public health services recomendation for chemoprophylaxis after occupational exposure to HIV. MMWR 1996, 45:468-72. 10. CARPENTER, CJC, Fischl, MA, Hammer, SM et al. Antiviral therapy for HIV infection in 1996. JAMA 1996, 276:146-154. Documento elaborado por: Dr. Luis Fernando de Macedo Brígido e Dra. Maria do Carmo G. Pinheiro

Source: http://www.circuitoescola.com.br/Apostila/Apostila3.pdf

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Publikationen Prof. Dr. med. Sven Waßmann Endtmann, C., Ebrahimian, T., Czech, T., Arfa, O., Laufs, U., Fritz, M., Wassmann, K., Werner, N., Petoumenos, V., Nickenig, G., & Wassmann, S. 2011. Angiotensin II impairs endothelial progenitor cell number and function in vitro and in vivo: implications for vascular regeneration. Hypertension , 58(3): 394-403. Zimmer, S., Steinmetz, M

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